A fita de mobius na cabeça

A fita de mobius na cabeça

A Story by Henrique Kasai

Gatos, morte, panqueca, fracasso, matemática, fim, ruído, negação, barulho, derradeiro. Cérebro confuso maldito, atormenta-me sem trégua 24 horas por dia 7 dias por semana, meus 11 conselheiros malditos que pra toda a situação elencam 11 modos de tudo dar errado. Não calam a boca independente da situação, eu mesmo sim, eu barulhento eu, não conhece a hora de relaxar as sinapses, as mais estúpidas e as mais morféticas, trabalhadas até a exaustão.

Pensamento destruidor arruina o sono e invade os sonhos, tudo aquilo que a moral bloqueia no consciente ressurge explosivamente no sono, inquieto e cansativo, é claro.
Sonhos demasiadamente análogos, distorcidos, macabros; normalmente começam comigo olhando em um espelho, acabam comigo caindo no chão da altura certa para não morrer, apenas agonizar. Pesadelos que não acordam, mas fazem questão de estar lá na memória do outro dia, o que por acaso é mais um assunto pra massa cinzenta. Chega do mundo onírico, um intangível pela lógica esta lá para ser contemplado apenas.

Tão confuso que até escrever sobre exige cautela. Fugir do tema é fácil e ao fim acabamos na metalinguagem. Se começasse agora não terminaria, se entrasse nessa hermenêutica não sei por quanto tempo afundaria nesse fel de palavras.

Chega, cérebro, atenuo sua impetuosidade com álcool, obviamente não é a solução mais sã, nem a mais saudável, mas e dai? Bebo e vivo, aproveito e reflito, amados beta bloqueadores que amortecem os neuroreceptores, conversa idiota... Por que sei essas palavras? Estudo direito, droga, devo ser sucinto mas não o sou. Tudo depende do foco. Foco que, igual as câmeras modernas, é múltiplo, sim, o segredo da sabedoria é ouvir, estar imerso não só no seu redor mas naquilo que se esconde de você, seja bombardeado por informação.

Mas não fique por isso, colete, divida, assimile, forme conhecimento. Faça do seu cérebro um grande receptor, conhecimento nunca é demais, mas é tóxico, o ruído não inteligível enlouquece. Não, não sei de muitas coisas, mas tudo que sei atormenta, útil muitas vezes, é claro, mas sei lá, esse texto já tem conjecturas demais, muitos talvez e muitos muitos também.

É, nas horas de ócio o cérebro precisa se ocupar com alguma coisa, poderia estar jogando candy crush, só não estou porque as vidas acabaram; nesse meio tempo, escrevo, profissão dos sonhadores, e dou mais um passo dentro da introspecção, acho que é isso, não há mais o que divagar.
Claaaaro que as divagações não acabam, que ilusão tola a minha, elas cessam porque eu quebro, haha, que tristeza isso traz, perder para o próprio cérebro.

© 2013 Henrique Kasai


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Added on September 10, 2013
Last Updated on September 10, 2013
Tags: português, brasil, mobius, confusão, reflexão, desespero, cérebro, divagação

Author

Henrique Kasai
Henrique Kasai

Parana, Brazil



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Everything is devoured, from dusk to dawn I aimlessly write stuff, not a better word can replace stuff in such context. Because stuff will be devoured, eventually I as well, the point is, will I devou.. more..

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